No fim de 2014, eu soube que Patti Smith estava preparando uma turnê mundial, agendada para o outono de 2015, para celebrar o 40o aniversário do seu lendário álbum Horses, lançado em outubro de 1975.

Logo percebi que aquela poderia ser uma oportunidade única de, finalmente, realizar um sonho antigo: tentar produzir representações visuais das composições do álbum Horses (que havia me impressionado profundamente desde o seu lançamento em 1975), expondo-as em outubro de 2015, como uma homenagem à genialidade de Patti Smith demonstrada pelo álbum: um trabalho que abriu caminhos para muitos artistas, escritores e “performers” nas décadas seguintes, e cuja aura permanece iluminada até os dias de hoje.

Mas o tempo era o meu maior inimigo.
Como seria possível que, em menos de nove meses, conceber e implementar um trabalho de tal envergadura, com grandes telas (formato com o qual eu me sinto mais à vontade), cada uma correspondendo a uma das oito canções do disco e, ao mesmo tempo, ser capaz de organizar a exposição, que demandaria um espaço adequado, apoio financeiro e operações logísticas, começando absolutamente do zero?

Missão impossível.



Foi então que eu resolvi perguntar a uma amiga, a fotógrafa Véronique Durruty, cujo talento se traduz num trabalho criativo, inteligente, pleno de liberdade formal, se ela estaria interessada em participar do projeto. Eu havia pensado nela, pois, além do seu belo trabalho, Véronique é uma fã incondicional da obra de Patti Smith. Sua arte fotográfica revela um espírito selvagem, que poderia, na minha opinião, ecoar com harmonia as composições de Patti Smith. E Véronique não me decepcionou: aceitou o desafio.

Nós decidimos dividir o trabalho, escolhendo quatro das oito canções do disco cada um. Imagine a nossa surpresa quando, depois da escolha, descobrimos que cada um havia selecionado precisamente as quatro canções deixadas de lado pelo outro.

Essa pequena coincidência foi um sinal da perfeita harmonia que sempre compartilharíamos durante o desenvolvimento deste projeto e a instalação das obras, dificultada pelos prazos apertados que nós mesmos nos havíamos dado, para que pudéssemos inaugurar a exposição em sinergia com a turnê de Patti Smith em Paris, em outubro de 2015, em comemoração aos 40 anos do álbum Horses.

Não temos palavras o suficiente para agradecer à Sony Music France, na pessoa de Christophe Langris, diretor do departamento Legacy, encarregado da obra de Patti Smith, e Yazid Manou, assessor de imprensa (e mágico!) da Sony, encarregado de relações com a mídia, pelo apoio e talento, que nos permitiram montar e inaugurar a exposição dentro do prazo previsto, e no lugar onde havíamos escolhido, o Espaço Cultural Oscar Niemeyer – um espaço esplêndido, que o meu amigo e curador Gérard Fournier (que já havia exposto meus trabalhos inspirados pela obra de Oscar Niemeyer) pôs, com muito entusiasmo e sem hesitação, à nossa disposição para a exposição Horsevisions.

A exposição permaneceu aberta de 17 de outubro a 6 de dezembro de 2016.
Mais de cinco mil visitantes descobriram Horsesvisions durante esse período de seis semanas, apesar dos ataques terroristas de 13 de novembro, que feriram Paris, afetando todos os eventos culturais da cidade, inclusive o nosso, forçado a fechar as portas nos dias de horror que se seguiram aos atentados.

Hoje nos resta apreciar o livro de visitas da exposição, repleto de testemunhos que, por sua admiração pelo nosso trabalho, nos fazem ruborescer... Além, claro, das memórias dessa exposição única, inédita e inusitada, que nos trouxe tanto stress, mas, acima de tudo, muito prazer.
No meu caso, o prazer especial de ter conseguido em tão curto espaço de tempo ter produzido as telas com as quais eu sonhava havia anos – décadas, na verdade! -, essas imagens que nasceram de Birdland, Free Money, Kimberley e Elegie.

Mesmo que fosse somente por Birdland, horsesvisions é uma exposição que ficará para sempre em meu coração e meu espírito, como algo que valeu a pena ter sido feito – e do qual eu sou profundamente orgulhoso.

Jacques Benoit
Fevereiro 2016

Gênese
17 de outubro de 2015 / 6 de Dezembro de 2015
Espace Niemeyer - Paris

Horses é o álbum de estréia da vocalista de rock and roll estadunidense Patti Smith, lançado em em 13 de dezembro 1975 pela Arista Records.
Smith, um ator da cena música New York Punk então balbutiente, começou a gravar Horses com a sua banda em 1975 depois de ter sido assinada com a Arista Records, com o músico John Cale produzindo o álbum.
Na razão das estruturas simplistas de rock n ‘roll, da forma livre de Smith e das letras infusão de poesia "Beat", Horses foi recebido com aclamação da crítica generalizada aquando do seu lançamento inicial.
Em 2003, a revista americana Rolling Stone classificou Horses como 44 dos "500 melhores álbuns de todos os tempos" e, em 2013, a publicação Britânica NME (New Musica l Express) classificou em 12º o disco de Smith em seus "500 melhores álbuns de todos os tempos".
O álbum é preservado na Biblioteca do Congresso americana nos registros Registro Nacional (Registro Nacional de Gravações) para seu significado cultural, sendo visto pelos críticos como um dos maiores e mais influentes álbuns na história do punk rock americano.

(Wikipedia source)

Convite para o coquetel de abertura de horsesvisions
horsesvisions no Espace Niemeyer de Paris
Noite da inauguração - Espace Niemeyer - 15 de outubro de 2015
Perspectivas da exposição
http://veronique-durruty.photoshelter.com/#!/index
Mémorabilia
Dentro do contexto da exposição Horses, o público foi apresentado um conjunto de documentos originais relativos a Horses (artigos « vintage » de imprensa Francesa e Anglo-saxão, e discos vinil de 1975/1976)
Pierre Laurent, Véronique Durruty e Jacques Benoit durante o discurso inaugural de horsesvisions no Espace Niemeyer.
Birdland (fragmentos e detalhes)
Kimberly (detalhes e visão global)
Elegie & Free Money (detalhes)
Seleção de composições
do álbum Horses
por Véronique Durruty
- Gloria
- Redondo Beach
- Break It Up
- Land
Seleção de composições
do álbum Horses
por Jacques Benoit
- Birdland
- Free Money
- Kimberly
- Elegie
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